quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Medicina na Mesoptânia

A Mesopotâmia é a região geográfica situada entre os rios Tigre e Eufrates, área que actualmente corresponde ao Iraque. É considerada o berço da civilização antiga sendo habitada e dominada por vários povos entre eles os quais, os sumérios, os acadianos e babilónios. As culturas desenvolvidas eram muito semelhantes uma vez que seguiam padrões iguais e veneravam os mesmos deuses. De facto, o conhecimento era transmitido de povo para povo e depois adaptado.




A medicina na Mesopotâmia, tal como a matemática, astrologia e política, foi evoluindo. Os primeiros documentos referentes a esta arte aparecem com a primeira civilização a ocupar esta zona, os sumérios (há 6 mil anos atrás) e foi transmitida de povo para povo até chegar aos babilónios (há 4 mil anos atrás).
A medicina suméria baseava-se na astrologia pois acreditavam que o destino do homem era determinado pelos astros desde o nascimento. Assim, tentavam estabelecer relações entre os movimentos dos astros e as estações e entre as mudanças de estação e as doenças. Acreditavam que a doença era uma maldição dos deuses descontentes com o comportamento dos humanos. Os pecadores eram castigados pelos próprios deuses ou eram possuídos por demónios porque os deuses descontentes deixavam de os proteger.
As pessoas ficavam doentes porque cometiam pecados, mas também podiam ser vítimas de agentes externos como o frio, a poeira ou o mau cheiro. Assim, as causas das doenças podiam ser divinas ou naturais. Para saber qual era o seu caso o doente deveria consultar um adivinho e, a partir do resultado, procurar um sacerdote-exorcista se a enfermidade fosse de origem sobrenatural ou um sacerdote-médico se a doença fosse de causa natural. A adivinhação era feita através de haruspícios (observação das entranhas de um animal), da astrologia e da interpretação dos sonhos. Os sumérios acreditavam que o sangue era a fonte de todas as funções vitais, sendo o fígado a origem e o centro de distribuição do sangue e, portanto, sede dos principais fenómenos da vida.
A medicina entre os babilónios era regalia dos sacerdotes que prestavam contas aos deuses. Já os cirurgiões (gallubu) eram homens do povo, responsáveis perante o Estado pelas consequências das suas operações; eles cobravam honorários e estavam submetidos, sob fortes sanções, caso os tratamentos corressem mal o médico podia pagar com a vida. Os médicos babilónicos baseavam as suas teorias em simbolismos mágicos, no entanto eram bons observadores e muitas dos seus diagnósticos tinham uma certa lógica. Por exemplo, para alguns problemas oculares, receitavam um preparado de cerveja e cebola: a cebola provoca lágrimas e o fluido lacrimal contém lisozima, uma substância com acção bactericida. Daí alguns bons resultados que eram obtidos. Mas, em seguida, os olhos eram massajados com azeite e acrescentavam um toque de magia para expulsar o espírito maligno. Os médicos receitavam uma grande quantidade de remédios, para os mais variados males, feitos de frutas, flores, folhas, raízes e cascas de árvores como oliveiras, loureiros e lótus sob a forma de comprimidos, pílulas, pós e até supositórios.

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