quarta-feira, 10 de março de 2010

Medicina a Época Medieval

Entre o século V e XI pode falar-se de uma Medicina Monástica, em que os Mosteiros e Ordens religiosas assumem grande relevância.
Os Mosteiros eram o centro, por excelência, para o estudo e prática médica pois continham Jardins Botânicos de grande valor médico - farmacêutico, possuíam instalações onde realizavam assistência aos pobres e doentes que funcionavam como verdadeiras enfermarias. Simultaneamente, congregavam o conhecimento teórico em vastas bibliotecas, como também, concentravam os eruditos capazes de ler, interpretar os textos de autores antigos (que mencionavam as doenças e terapêuticas) e transcreve-los.
Os Teólogos explicavam as doenças como forma de castigo ou teste à Fé. Dividiram a medicina em duas partes: Medicina Religiosa (preocupada com «as coisas celestiais») e Medicina Humana (assente em «coisas terrenas»). A Medicina Religiosa englobava rezas, penitências, exorcismo e encantamentos. Em oposição, a Medicina Humana estava relacionada com os métodos empíricos como as sangrias (muitos utilizadas nas Idade Média), dietas, drogas e cirurgias.
As Universidades médicas surgem durante o século XII. Contudo, o acesso ao ensino médico universitário estava limitado aos estratos sociais mais elevados, tendo sido frequentado por uma pequena fracção de praticantes médicos.
Os textos médicos disponíveis nas Universidades incluíam textos de vários autores que foram traduzidos de manuscritos Gregos, Árabes e colecções em Latim.
Apesar do aumento de universidades, a aprendizagem médica estava firmemente associada à Igreja e aos Mosteiros. De facto, a Igreja torrou-se (quisesse ou não) a depositária do saber médico da época, o que ligou a fé à medicina durante vários séculos.




Na idade média houve uma tendência para separar a medicina da cirurgia, diminuindo o estatuto do cirurgião (que era visto como mero executante).
Em geral, os procedimentos cirúrgicos baseavam-se em amputar e cortar (redução de fracturas, deslocações, feridas, drenagem de abcessos, etc.).
Ocorreram avanços consideráveis no tratamento de doenças oculares, nomeadamente operações às cataratas e democratização no uso próteses oculares.
No final da Idade Média os cirurgiões dividiam-se em dois grupos: os que recebiam uma formação mais elevada e os que se identificavam com os barbeiros. As funções de barbeiros incluíam o cuidado do cabelo e barba, mas também arrancavam dentes e faziam operações menores.





As substâncias vegetais eram a base da generalidade dos medicamentos, tais como laxantes, anti-eméticos, diuréticos, etc. .
Distinguiam-se os médicos dos botânicos. Os primeiros examinavam os doentes, diagnosticavam e faziam a prescrição, enquanto os botânicos eram responsáveis por colher, armazenar as plantas e todo o processo de transformação da planta em medicamento.

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